terça-feira, 10 de abril de 2012

A Perseguição dos Quadrinhos

                       
 Os quadrinhos norte-americanos da década de 1950 eram uma alternativa comercial para as editoras locais e  as editoras tinham  boa vendagem nas revistas de  histórias de terror, crime e guerra. Os professores,pais,começaram a ver com maus olhos as revistas que seus filhos liam e isso fez com que o Senado e os amareicanos ,aprovassem em 1971,uma lei que estabelecia a censura dos quadrinhos,por meio de um selo,que seria o controle de ética. As publicações “liberadas e recomendadas” recebiam um selo impresso nas capas.Lembro-me que o Horley teve que apanhar selos no distribuidor Chinaglia,para colocá-los nas capas. A censura não é boa. Ela não vem para corrigir ou ajudar,ela vem para proíbir,não permitir que aconteça. 
Graças a Deus que hoje somos um país livre,mas  temos que ficar vigilantes.
Nessa época,os jornaleiros eram perseguidos,bancas eram incendiadas,com todas publicações de editoras.
Foi penoso ver o trabalho de colegas serem queimados em praças publicas,como foi na Praça da Sé.


Ninguém tinha idéias contrárias.Na verdade o artista nem sabia disto,ele só queria e quer fazer seus desenhos,vender e receber o seu dinheirinho suado.
 Na época ,liguei para o Queiróz e conversamos sobre o ocorrido,
ele se mostrou muito preocupado,pois ele vivia no boca do caixa,
trabalhava e tinha que receber.
Nessa época muita gente ficou sem trabalho. 
As editoras ficaram com medo,muitas fecharam as portas,em São Paulo e
 principalmente no Rio de Janeiro.A censura foi geral.
Muitos títulos foram cancelados,no lugar do terror,começaram a surgir Palavras Cruzadas,Revistas de Piadas etc. 
Os editores começaram a fazer revistas de colorir, montagens para crianças tipo o Castelinho do Sr. Pedro Trombeta. 
A Editora O Livreiro, não recuou ..  proseguiu, eu ganhei muito dinheiro no Livreiro. Horley  também ganhou,comprou um apartamento na caneiro Leão,eu comprei outro no Rio de Janeiro.
 Trabalhei muito numa época em que tinha poucos desenhistas,o mercado despontava e eu
tive uma sorte muito grande,tudo que fiz foi sucesso! 
O Jerônimo foi tudo pra mim , me deu casa, comida, criei meus dois filhos. Tudo isto com os desenhos. A época hoje é bem diferente, todo mundo é desenhista, se torna mais dificil,pois o número de editoras diminue a cada ano pelo preço alto do papel e da impressão,
pois o retorno é pouco,
o encalhe é muito grande e tem uma margem de lucro pequeno.  
 
 Edmundo Rodrigues