quinta-feira, 12 de abril de 2012

Minha Infância e início da carreira





" Minha Homenagem  a todos os  admiradores da minha arte. E Principalmente a cada desenhista que pra mim são vencedores também!!!!!!!
                                  NINGUÉM VENCE SOZINHO!
Ninguém vence sozinho! 
Aprendi que a vida, é uma  roda que gira que nem pião,que aqui,você faz e paga! 
Aprendi que temos limites, aprendi  ver a   arte de outro ângulo,  aprendi que sem a arte, não tem cor,não tem vida! Deus nos abençoou com tanto talento! 

Eu era só mais um menino franzino lá no norte do Brasil,esse país tão gigantesco,que eu,nem fazia idéia de como seria o Rio de janeiro.Eu era muito estudioso,sabia que o estudo era  o que pudia mesmo mudar a minha vida .Meus pais não eram ricos,eram criadores de gado,búfalos,galinha..enfim,tudo que andava,  tinha em nossas terras. Talvez,você pense que por ter uns gados,nós eramos ricos? Nada disso,no sertão em qualquer pedaço de terra alguém vira logo criador.
Agradeço aqueles que  me permitiram continuar! 
Agradeço aos donos de Gráficas e editores que viram em mim um futuro artista. É realmente!Foi isto que aconteceu comigo! Deus lá de cima já olhava  pra mim! 
Não sou beato,não! 
Mais hoje eu vejo assim, é realmente o meu reconhecimento a Deus!
Hoje estou tranquilo....faço e trabalho se quiser fazer! 

Meu começo foi bem difícil. Era o mais velho de uma família de
5 cinco filhos,meu pai era político numa ilha chamada Marapanin ,em 1945 por aí a fora, e eu tinha uns 10 anos. Houve uma revolução chamada "Revolução do Barata" e um clima de guerra tomou conta de todo o Pará e muitos para não morrerem fugiram. Meu pai era um homem da roça pacato,mais que gostava de politica,era o prefeito neste lugar. Mas com a Revolução todos tivemos que fugir num navio que vinha para o Rio de Janeiro...porém no meio da fuga meu pai foi atingido, baleado  na perna! Em alto mar,meu pai começou a ter sua perna gangrenada e não teve jeito,teve que amputa-lá ,alí mesmo. Guardo em minha memoria esta cena forte, meu pai sendo mutilado,sem qualquer cuidado...naquela época,
anestesia nem pensar ! Tivemos que ser despejados na Baía de Guanabara e meu pai em alto mar teve que seguir viagem,lá pro sul - Rio Grande do Sul pois só lá ,iam fazer os procedimenos certos com ele.

Edmundo ao lado do Pai - Sr Armando e dos irmãos.

 Não sei como ele  pode sobreviver a tanto,foi corajoso! Me orgulhei dele! 
Aí,começa a grande luta! Todo dinheiro que trazíamos ,que não era pouco,tivemos que dispor para salvar meu pai. Quando chegamos no Rio,era como se estivéssemos chegando a outro País,não conhecíamos  ninguém. Ah, mas tinha uma pessoa que minha mãe vinha procurar que era a Comadre Elvira. Ela morava num casa de cômodos na rua Gomes Freire (acho até que o lugar que seria a casa,hoje é a TV educativa),e foi  lá que fomos morar


 Eu acostumado a ter criados,um quarto só pra mim, meus livros, fui parar desenhando na cozinha da comadre Elvira,desenhando em papel de pão. Foi justamente essa mulher,analfabeta,sem cultura,desajeitada... sem saber, foi a minha PRIMEIRA professora de artes. Ela corrigia "aqui está errado,isso é assim! " 
Meu pai demorava a chegar  foi um longo e tenebroso inverno,a recuperação dele foi bem uns seis meses,recebiámos a carta de papai a cada três meses,quando alguém vinha nos procurar trazendo noticias. Minha mãe era uma mãe maravilhosa, porém com tudo ela ficou seca,áspera com as pessoas! Não tinha uma palavra de fé,não acreditava mais em nada,nem em mim,quando eu falei pra ela:-"  tudo vai mudar! Vou vender meus desenhos.! " Ela se mostrava indiferente. Nada nos faltou. O dinheiro diminuía cada dia,e papai não voltava,ele era a solução! Papai sabia de tudo! Tinha todas as respostas! "As vezes eu me perguntava:- Onde você está papai? Eu preciso de você! mais logo essa bobagem acabava ia dormir e tudo bem! Eu tinha preocupação com minha família,minha mãe! 

Certa tarde sai ,fui levar meus trabalho numa editora,e contei  o que estava acontecendo
comigo. O diretor  olhou os meus desenhos e me contratou! Cheguei em casa radiante aliás uns Contos de Réis a mais,não ia fazer mal a ninguém! Assim começou a minha caminhada nas artes. Nunca substime a sua situação,ela pode ser reversível se você acreditar. 

Todos que me ajudaram,tiveram um papel importante pra mim. Por isso em retribuição ,eu também ajudei muita gente. Os desenhos de alguns iniciantes tinham sempre um toque um retoque do meu pincel. Nunca substimei ninguém! Os que colaboravam comigo,recebiam mensalmente seus pagamentos. Muitas das vezes eles não sabiam,o que a contecia nos bastidores.  Não vou contar aqui,o nome da pessoa, por questão de ética e de moral. Tinha um desenhista,que depois se tornou meu amigo,ele foi me procurar levando histórias suas somente feita a lápis,eu para ajudar cobria o desenho dele(ele não sabia usar o nanquim,e a parte anatômica dos desenhos era tremenda,não tinha estudo)e foi um sucesso!


 Procurei ser honesto com meus editores,leitores,com os desenhistas,
enfim ajudei o quanto pude... Edmundo Rodrigues"



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